O futuro Parque Empresarial de Recuperação de Materiais das Terras de Santa Maria, cuja obra deverá arrancar este ano, é “mais uma solução para um grave problema do Entre Douro e Vouga que se arrasta há vários anos”, afirmou o presidente da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria (AMTSM), Hermínio Loureiro.
“O inter-municipalismo uma vez mais dá provas claras e inequívocas de que juntos somos fortes. Os concelhos de Arouca, Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira, Santa Maria da Feira e Vale de Cambra naquelas que são as questões essenciais dão as mãos e encontram soluções integradas”, disse à EDV Informação.
Hermínio Loureiro falava no final da cerimónia de assinatura do contrato da parceria público-privada que permitiu a um conjunto de empresas a aquisição de 49 por cento do capital social da sociedade “PERM – Parque Empresarial de Recuperação de Materiais das Terras de Santa Maria, EIM”.
A AMTSM detinha a totalidade da participação na “PERM”, constituída em 2009 para assumir a criação, gestão e dinamização de áreas de acolhimento empresarial, incluindo o Parque Empresarial de Recuperação de Materiais, que ficará situado na freguesia de Pigeiros, em Santa Maria da Feira.
“Não podemos deixar de enaltecer o facto de, em momentos de crise económico-financeira, existir um consórcio privado que está super-motivado para em conjunto com a AMTSM resolver este problema muito grave do ponto de vista ambiental”, acrescentou Hermínio Loureiro.
Para Gaspar Borges, em representação do grupo de empresas que passa a deter 49 por cento do capital social da “PERM”, a parceria público-privada agora celebrada traduz-se num «acto relevante para a execução da infra-estrutura».
“A criação deste parque empresarial vai permitir o desenvolvimento ordenado de um sector de actividade importante para a região”, referiu.
O conselho de administração da empresa pública intermunicipal é presidido por Emídio Sousa (actual vereador na autarquia de Santa Maria da Feira), que considerou esta parceria “fundamental para a concretização da iniciativa», realizada num modelo «exemplar a nível do País”.
“Temos a candidatura aprovada, faltando apenas a assinatura do contrato de financiamento no sentido de avançarmos com a obra ainda durante este ano”, salientou.
O Parque Empresarial de Recuperação de Materiais - projecto com que a AMTSM se propõe “regularizar a situação legal das chamadas sucatas e assegurar que os materiais tradicionalmente encaminhados para as mesmas são tratados com o devido rigor ambiental” - representa um investimento de cerca de 17 milhões de euros, verba comparticipada em 80 por cento por fundos comunitários.
Segundo o presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, Alfredo Henriques, “a infra-estrutura a nascer em Pigeiros resolve um antigo problema, concentrando os sucateiros num local apropriado e com as condições necessárias”.
O autarca sublinhou ainda que o espaço, com cerca de cinco hectares de área, “estará aberto a outras indústrias e, no futuro, será sem dúvida um pólo dinamizador de toda a região em termos de implantação empresarial”.
O objectivo deste investimento é “impedir a proliferação ilegal de actividades relacionadas com a recolha de material, disciplinar a ocupação do território, preservar o meio ambiente da região e salvaguardar o seu património paisagístico, assim como promover o desenvolvimento económico desta sub-região”.